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Afinal, a ansiedade deve ser eliminada?


Com certeza você já deve ter sentido uma agitação e até "borboletas no estômago" em algum momento da sua vida: seja antes de uma prova difícil, numa noite não dormida antes de uma viagem muito esperada, ou até mesmo antes de um encontro com alguém de seu interesse. A isso, damos o nome de ansiedade.

Alguns de seus sintomas são: tensão muscular, taquicardia ou palpitação, dor no peito, transpiração em excesso, aumento da temperatura, desconfortos gastrointestinais, tontura, agitação motora e/ou mental, angústia. Importante ressaltar que não serão todas as pessoas que sentirão todos os sintomas.

Atualmente, têm-se prestado muito mais atenção nas consequências do aumento da ansiedade nas pessoas, devido ao ritmo desenfreado (muitas vezes) da necessidade de produção de trabalho e as consequências disso para as suas qualidades de vida.

Esse olhar é muito necessário, afinal, ainda hoje a saúde mental é estigmatizada, sendo desvalorizada e por vezes, considerada como "sinal de fraqueza" da pessoa por expressar desejo de um cuidado mental.

E como parte de um processo de falar abertamente sobre saúde mental, é necessário falar sobre o papel da ansiedade na vida humana: ela vem de um processo evolutivo da nossa espécie, em que os nossos ancestrais (lá da época das cavernas) precisaram desenvolver habilidades para enfrentar os perigos para suas sobrevivências. Assim, passaram a antecipar e "prever" alguns possíveis movimentos de animais (por exemplo), além de entender como necessário o planejamento de ações para atingir seus objetivos. E para que isso acontecesse, o corpo passava por mudanças físicas, com o intuito de maximizar força e habilidades de luta e fuga. Este preparo se dava através do aumento dos batimentos cardíacos e pressão sanguínea, transpiração, rigidez muscular.

Assim falando, percebe-se que os sintomas de ansiedade se assemelham a o que foi descrito acima, certo?

Hoje em dia, não necessitamos mais lutar ou fugir de perigos iminentes para sobreviver, exceto por vezes em situações específicas de violência, apesar de que a nossa fisiologia tem todo o preparo necessário para, se colocado em uma situação de perigo, reagir.

No livro Dialogar com a Ansiedade: Uma Vereda para o Cuidado, o autor Ênio Brito Pinto traz a sua percepção acerca da ansiedade: "... é uma das forças naturais de que o ser humano é dotado para lidar com a realidade e com os sofrimentos e desafios do cotidiano. Ela provoca uma prontidão psicossomática para lidar com o fato supostamente ameaçador; gera uma competência protetora da integridade do ser que, quando bem dosada, é eficiente e fundamental suporte para o cuidado pessoal, o crescimento existêncial e a lida com o mundo cotidiano presente, lugar onde a vida de fato acontece." Ele a define como uma "defesa" humana.

O que difere, então, a ansiedade saudável e a patológica? A forma como você a encara. A complexidade da vida humana requer um envolvimento físico e emocional, conflitos fazem parte da nossa existência em sociedade e manejá-los da melhor maneira possível é a forma de ter qualidade de vida. Evita-la não fará com que desapareça, apenas reprimirá as suas emoções, adiando sua resolução.

No processo de psicoterapia, ao trabalhar a ansiedade, a compreendemos como parte essencial da natureza humana e buscamos a melhor maneira para que você consiga manejar seus conflitos e emoções.


Este texto fez sentido pra você?

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